NOSSO PATRONO: Abílio Cesar Borges - O Barão de Macaúbas
Tombada pelo Patrimônio do Município desde 1985, a
Escola Municipal Barão de Macaúbas é um marco na história da educação
brasileira. No terreno da Rua Padre Januário, 220, em Inhaúma, onde se ergue a
imponente construção de 1909- existia a casa do médico e educador Abílio Cesar
Borges, o Barão de Macaúbas. Abílio
César Borges, o Barão de Macaúbas, um grande idealizador do cenário educacional
do Brasil no período de 1856 a 1880, um grande pensador educacional. Nasceu em
Rio de Contas, na Bahia,em nove de setembro de1824. Em 1858, fundou o Ginásio
Baiano, em Salvador. Em 1847, transferiu-se para o Rio de Janeiro onde cursou a
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e onde instalou o Colégio Abílio. Foi
diretor Geral de Instrução Pública e um dos precursores do livro didático. Por
suas contribuições na área educacional, em 1881, ganhou o título de Barão de
Macaúbas, concedido por D. Pedro II.Torna-se um dos diretores que influenciados
pela revolução intelectual da Europa e da América protagonizaram o movimento
para a popularização da educação de forma universal com dedicação geral à
ciência. E a direção que ele deu à educação foi baseada em formular métodos,
com erros e acertos originais e brilhantes, e, sobretudo, por ser um
apaixonado, em formar homens, dando toda vida à infância e adolescência no
exercício mais completo que se pode conceber do magistério e da educação.
O
Brasil na época de Abílio César Borges nada mais era do que uma nação atrasada
que copiava ainda mais contrastada com a escravidão e os senhores. O Brasil
nada mais era do que um país dividido em dois onde a cultura parecia não
existir em um e no outro se mostrava prepotente. Abílio César Borges não
pertencia a nenhum desses dois brasis. O seu Brasil era um Brasil de esperança
na civilização tornando-se igual aos outros países.
Ele
dirigia um colégio onde a criança era guiada para ser educada e nunca reprimida
- quase uma revolução. Muitas das suas ideias em relação aos programas,
currículos e métodos de ensino mostraram uma penetração rara e de grande avanço
para a época. Abílio batalhou por um ensino inteligente e prático, pelo ensino
direto das línguas vivas, contra os programas excessivos e absurdos, contra o
ensino direto de regras de moral e, no curso secundário, soube compreender que
os estudos da língua nacional, da matemática e da história deviam constituir o
seu núcleo fundamental. Isso em 1875, quando ainda hoje não são poucos os que
têm sobre a matéria opiniões que só se reúnem na magia do pensamento humano,
mesmo que só em reuniões...
Para
Abílio a educação era o único meio pelo qual poderia se ver o país crescer e
enriquecer. Para isso não mediu esforços e tratou a educação como um processo
de abrangência nacional - seus métodos eram destinados a unificar o país em
torno, principalmente do homem. Para ele "a liberdade e a democracia
somente seriam possíveis com a verdadeira e geral instrução" e a liberdade
teria que ter como base principal a instrução. Na prática, para que funcionasse
seu entendimento do processo passou a escrever uma admirável coleção de livros
didáticos e chegando, até, à invenção de aparelhos escolares.
Com
extinção de seus colégios a teoria - obra de seu pensamento -, que estava toda
centrada em método de transformação da educação, caiu quase no esquecimento a
não ser pelo material escrito imortalizado em "O Ateneu", uma obra
que mostrou o quanto ele se empenhava na educação. Era, na verdade uma figura
de ficção, com que o representou o romancista Raul Pompéia, mas a obra representava
o seu pensamento que era formado por seus colégios e pela admiração de colegas
e estudiosos.
Parece
que a ficção o acompanhava em suas ações, pois as coisas que Abílio Borges viu,
pregou e praticou foram muitas das mais significativas inovações do seu tempo,
desde a simplificação dos métodos de ensino para a leitura e escrita até a
compreensão da imensa riqueza de informação e cultura que a nova época abria
para os homens. Viu, pregou e praticou tudo isto com eficácia sem igual, nem
uma só vez se deixando levar pela confusão, tão fácil, de apaixonarem-se pela
beleza dos novos meios de educação, esquecendo os seus fins. A eficiência do
seu ensino se demonstrava a segurança de seus métodos. Um exemplo disso era
encontrado em seus colégios.
Nossa
nação teve a infelicidade de nascer sob a fatalidade de uma desigualdade social
tão profunda, que nos dividiu primeiro, entre brancos conquistadores e índios,
depois, entre brancos senhores e pretos escravos, o que sucede na classe
dominante só tem real importância para o país, se o regime de divisão social se
mantém e as duas nações continuam a coexistir no estranho paralelismo de sua
simbiose a educação também acompanha essa divisão.
Abílio
César Borges morreu em 16 de fevereiro de 1891 e hoje seu nome significa muito
mais do que nome de ruas e escolas pelo Brasil afora. Seu exemplo se ergueu
como um padrão do nosso orgulho, inspirando-nos a certeza e a segurança de
podermos ter, como têm os países civilizados, escolas primárias que sejam
escolas primárias, ginásios que sejam ginásios, escolas superiores que sejam
escolas superiores e universidades que sejam universidades para todos os
brasileiros, do mesmo modo por que esse grande educador do Império pôde
fazê-los para os poucos selecionados daqueles remotos tempos.
